agrupamento independente de pesquisa cênica

Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clóvis Domingos, Flávia Fantini, Frederico Caiafa, Idelino Junior, Joyce Malta, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano, Paulo Maffei, Sabrina Batista Andrade e Wagner Alves de Souza, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Também participam dessa rede colaborativa obscênica os artistas Admar Fernandes, Clarissa Alcantara, Erica Vilhena, Leandro Acácio, Nildo Monteiro, Sabrina Biê e Saulo Salomão.

São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpo-instalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra de artistas como Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Atualmente, o Obscena desenvolve o projeto Corpos Estranhos: espaços de resistência, que propõe tanto trocas virtuais e experimentação de práticas artísticas junto a outros coletivos de arte, como ainda a investigação teórica e prática de experimentos performativos no corpo da cidade. Os encontros coletivos se dão às quintas-feiras, de 15 às 19 horas, na Gruta! espaço cultural gerido pelo coletivo Casa de Passagem.

A criação deste espaço virtual possibilita divulgar a produção teórico-prática dos artistas pesquisadores, assim como fomentar discussões sobre a criação teatral contemporânea e a expansão da rede colaborativa obscênica por meio de trocas com outros artistas, órgãos e movimentos sociais de interesse.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Provocações obscenas de Luciano Dias

Para este nosso recente projeto de pesquisa que pretende discutir as questões do Poder, Corpo e Espaços Urbanos tivemos dois encontros muito importantes com o pensador e filósofo Luciano Dias que nos trouxe um pouco do pensamento de Michel Foucault.

Refletir sobre as atuais formas de disciplina e controle na sociedade contemporânea foi um exercício muito interessante e revelador. Talvez hoje estejamos mais "vigiados e vigilantes" do que nunca. As pedagogias da sexualidade e "normalidade" trabalham o tempo todo e a cada momento novos discursos são produzidos e "incorporados" pelas pessoas.

Vou tentar trabalhar sobre a questão do corpo, enquanto território no qual se produzem e se articulam discursos e saberes sobre o que é saúde e doença. Parece-me que hoje cada vez mais há um investimento sobre a doença e sabemos com Foucault, que corpos doentes se tornam mais frágeis e dóceis, assim, mais disponíveis à normalização. Não apresentariam perigos e ameaças à ordem social. Haveria um projeto de homogeneizar a todos. Como nos provocou o Luciano: a DIFERENÇA é que precisa se manter como uma atitude de resistência.

Vou aliar a este estudo ( in process) alguns conceitos da Psicanálise, pois muito interessa-me a produção de metáforas, e hoje as enfermidades são difundidas o tempo inteiro e todos nós temos uma forte vocação para nos tornarmos doentes potenciais. Sentimentos e reações, antes considerados parte da vida de cada um, são aos poucos PATOLOGIZADOS, e a vida com seus dissabores e desafios precisa ser medicalizada.

Não são as doenças que me preocupam (ficar doente, até onde eu sei, faz parte da existência), mas as METÁFORAS forjadas a partir delas. (Susan Sontag escreveu obras sobre este tema e vou pesquisá-las).

Verificamos hoje, muitos sujeitos fragilizados e impotentes, diagnosticados como doentes e demandando o "cuidado de si" para o exercício e poder de Outros.

O QUE É SAÚDE?
O QUE É DOENÇA?
O QUE É VIVER?
O QUE É CALMARIA?
O QUE É DESASSOSSEGO?

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